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21 May 2024

A importância da fisioterapia pélvica na reabilitação de mulheres com cancro ginecológico

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A importância da fisioterapia pélvica na reabilitação de mulheres com cancro ginecológico

A fisioterapia pélvica desempenha um papel fundamental no cuidado integral às mulheres com cancro ginecológico, contribuindo para restaurar a funcionalidade do pavimento pélvico, melhorar o controlo urinário, prevenir e tratar disfunções sexuais e linfedema, além de promover a mobilidade, funcionalidade e qualidade de vida das pacientes ao longo do processo de tratamento e recuperação.

 

Reabilitação pélvica e controlo urinário

A fisioterapia pélvica é essencial para restaurar o bom funcionamento do pavimento pélvico e melhorar o controlo urinário em mulheres que foram submetidas a tratamento cirúrgico, radioterapia ou quimioterapia para cancro ginecológico. Exercícios específicos, técnicas de biofeedback e eletroestimulação podem ajudar a fortalecer os músculos do pavimento pélvico e restaurar a continência urinária, minimizando os sintomas de incontinência urinária de esforço, urgência miccional e incontinência fecal (Dumoulin et al., 2018).

 

Prevenção e tratamento de disfunções sexuais

A fisioterapia pélvica desempenha um papel importante na prevenção e tratamento de disfunções sexuais, como dispareunia (dor genital ou pélvica associada à atividade sexual), secura vaginal e diminuição da libido, que são comuns em mulheres após o tratamento para o cancro ginecológico. Técnicas de terapia manual, biofeedback e educação sexual podem ajudar a melhorar a função sexual, a satisfação e a qualidade de vida sexual das pacientes (Rogers & Rockwood, 2019).

 

Prevenção e tratamento de linfedema

A fisioterapia pélvica é fundamental para a prevenção e tratamento do linfedema pélvico e linfedema de membros inferiores em mulheres que foram submetidas a linfadenectomia pélvica ou radioterapia pélvica. Técnicas de drenagem linfática manual, meios compressivos e exercícios específicos podem ajudar a reduzir o edema, melhorar a circulação linfática e prevenir complicações associadas ao linfedema, como infecções e fibrose (McNeely et al., 2010).

 

Melhoria da mobilidade e funcionalidade

A fisioterapia pélvica também pode ajudar a melhorar a mobilidade, a funcionalidade e a qualidade de vida das pacientes, através de exercícios de fortalecimento muscular, técnicas de mobilização articular e educação postural. Isso é especialmente importante para as pacientes que experimentam rigidez, dor e limitações de movimento devido ao tratamento e/ou imobilização prolongada (Fernandez & Griffiths, 2014).

 

Pedro Machado 

fisioterapeuta e investigador

 

 

Referências:

Dumoulin, C., Cacciari, L. P., Hay-Smith, E. J., & Pelvic Floor Committee of the ICS (2018). Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women: a cochrane systematic review abridged republication. European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine, 54(2), 288-307.

Rogers, R. G., & Rockwood, T. H. (2019). Fisioterapia em Obstetrícia e Ginecologia. In: Obstetrícia de Williams. 25ª ed. Porto Alegre: Artmed.

McNeely, M. L., Peddle, C. J., Yurick, J. L., Dayes, I. S., Mackey, J. R., & Battistutta, D. (2010). Conservative and dietary interventions for cancer-related lymphedema: a systematic review and meta-analysis. Cancer, 116(20), 4982-4995.

Fernandez, R., & Griffiths, J. (2014). Fisioterapia em Obstetrícia e Ginecologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revinter.

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