Os tendões consistem em “pontes mecânicas” constituídos por estruturas fibrosas densas que conectam os músculos aos ossos e cuja principal função é transformar a força gerada pelos músculos em movimento (1).
As tendinopatias, vulgarmente conhecidas por tendinites, consiste num termo utilizado para definir a degeneração no tendão que por vezes pode estar associada a dor que embora possa surgir em qualquer idade, seja mais prevalente em pessoas ativas e desportistas. Apesar de ainda não se conhecer bem as origens da tendinopatia, pensa-se que esta surja associada a 3 fatores: alterações das células que constituem os tendões, rotura do colagénio e por fim à inflamação (2)(3).
Quais as causas para a tendinite?
Uma das causas da tendinopatia, surge associada à carga excessiva aplicada no tendão, isto é, acontece quando há uma exigência no nosso dia a dia muito superior à capacidade dos tendões e músculos tolerarem essa carga. Contudo muitas vezes esta sintomatologia surge associada a movimentos repetitivos e contínuos, característicos de muitas profissões, que fazem com que sejam aplicadas cargas sucessivas superiores à capacidade do tendão (1)(2) sem o descanso necessário para a recuperação dos tecidos.
Quais os principais fatores de risco que predispõe às tendinites?
Os principais fatores são a idade avançada, género masculino, menopausa, condições sistémicas inflamatórias como as doenças autoimunes, reumatológicas (artrite reumatoide, por exemplo), doenças metabólicas e endócrinas (diabetes, problemas de tiroide, problemas renais, colesterol alto) e obesidade (1) (2).
Como posso controlar os sintomas associados às tendinites?
A dor e a perda de função são as principais características associadas à tendinopatia e normalmente surgem associadas à sobrecarga, que pode ser gerida e controlada associada a um programa de reabilitação, contudo é preciso ter em consideração que fatores como o sono, o descanso, o stresse do dia a dia têm bastante influência nesta sintomatologia. De facto, pode haver lesão no tendão sem que haja necessariamente dor. Estes programas devem focar-se em cessar ou controlar a duração das atividades que estão a contribuir para o aumento constante daquela dor e na aplicação de um programa de exercícios com carga progressiva ao invés do repouso absoluto para restaurar e aumentar a capacidade de tolerância à carga que os músculos e tendões são submetidos diariamente (2).
Como o Pilates o pode ajudar?
O repouso absoluto embora possa ter um impacto positivo imediato no alívio da dor, deve ser evitado porque vai contribuir ainda mais para a fraqueza muscular, alterações das propriedades do tendão e músculo e consequentemente diminuir ainda mais a capacidade muscular e tendinosa para a carga a que são submetidos diariamente (2). Desta forma, o Pilates pode ajudá-lo a preparar muscularmente e a aumentar o seu nível de atividade física. Ao tornar-se fisicamente mais ativo, os seus músculos vão estar mais preparados para o seu dia a dia. De ressalvar que o Pilates é apenas uma forma de o ajudar, no entanto o seu tratamento não deverá ser apenas baseado no Pilates.
Adriana Ribeiro
Fisioterapeuta
Bibliografia
1. Loiacono C, Palermi S, Massa B, Belviso I, Romano V, Di Gregorio A, et al. Tendinopathy: Pathophysiology, therapeutic options, and role of nutraceutics. a narrative literature review [Internet]. Vol. 55, Medicina (Lithuania). MDPI AG; 2019 [cited 2021 May 16]. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31394838/
2. Cardoso TB, Pizzari T, Kinsella R, Hope D, Cook JL. Current trends in tendinopathy management [Internet]. Vol. 33, Best Practice and Research: Clinical Rheumatology. Bailliere Tindall Ltd; 2019 [cited 2021 May 16]. p. 122–40. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31431267/
3. Cook JL, Rio E, Purdam CR, Docking SI. Revisiting the continuum model of tendon pathology: What is its merit in clinical practice and research? [Internet]. Vol. 50, British Journal of Sports Medicine. BMJ Publishing Group; 2016 [cited 2021 May 16]. p. 1187–91. Available from: http://bjsm.bmj.com/