O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, sendo o tipo de cancro mais comum nas mulheres. Apesar de não ser dos mais letais, tem uma alta incidência. Anualmente, em Portugal, são detetados cerca de 6.000 novos casos de cancro da mama. Por dia, surgem 11 novos casos. É uma patologia que está associada à mulher, no entanto, também ocorre no homem (1 em cada 100, a nível nacional).
Embora não sendo conhecida uma causa específica para o cancro da mama, já foram identificados alguns fatores de risco que estão muito relacionados com o estilo de vida das pessoas e associados à vida moderna e ocidentalizada, nomeadamente:
- A idade (o risco aumenta com a idade, sendo menos comum antes da menopausa);
- A raça (maior frequência em mulheres caucasianas comparativamente a latinas, asiáticas ou afro-americanas).
- A primeira gravidez depois dos 31 anos.
- Algumas alterações da mama (a presença de determinado tipo de células mamárias anormais, como a hiperplasia atípica ou o carcinoma lobular in-situ, aumenta o risco).
- História menstrual longa (menstruação precoce antes dos 12 anos, menopausa tardia após os 55 anos).
- Nuliparidade ou ausência de filhos.
- História pessoal de cancro da mama (uma mulher que já teve cancro da mama tem maior risco de ter na outra mama).
- História familiar de cancro da mama e alterações genéticas (entre 5 a 10% dos cancros da mama diagnosticados possuem características genéticas e hereditárias que, caso sejam confirmadas, obrigam a um acompanhamento mais precoce e cuidadoso das familiares).
- Terapêutica hormonal de substituição durante 5 ou mais anos após a menopausa.
- Obesidade após menopausa.
- Inatividade física.
- Alcoolismo.
- Antecedentes de radioterapia no peito.
O cancro da mama pode causar alterações físicas visíveis, que devem ser observadas com atenção e o mais precocemente possível, sendo de realçar as seguintes:
- Qualquer alteração na mama ou no mamilo, quer no aspeto quer na palpação.
- Qualquer nódulo ou espessamento na mama, perto da mama ou na zona da axila.
- Sensibilidade no mamilo.
- Alteração do tamanho ou forma da mama.
- Retração do mamilo (mamilo virado para dentro da mama).
- Pele da mama, aréola ou mamilo com aspeto escamoso, vermelho ou inchado.
- Pode apresentar saliências ou reentrâncias, de modo a parecer "casca de laranja”.
- Secreção ou perda de líquido pelo mamilo.
O cancro da mama, não só por ser muito frequente, está associado a uma imagem de grande gravidade, mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo na maternidade, na feminilidade e sexualidade. Ao mínimo sintoma, suspeita ou simplesmente por prevenção, procure acompanhamento médico.
Jessica Margarido
Fisioterapeuta