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22 Sep 2022

Cancro e Linfedema

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Cancro e Linfedema

O cancro envolve vários tipos de modalidades de tratamento, entre eles a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Uma das consequências destes tratamentos é o desenvolvimento de linfedema secundário.

O linfedema é definido como a acumulação excessiva e persistente de líquido linfático (linfa), rico em proteínas, no espaço entre as células, devido a um desequilíbrio entre a produção e o transporte da linfa por remoção de gânglios linfáticos na cirurgia e/ou lesão dos vasos linfáticos com a radioterapia. 

Manifesta-se com inchaço (edema) de um ou mais membros (braço associado a tratamento do cancro da mama e perna associado a tratamento do cancro genital ou cancro da próstata), como também pode afetar outras áreas do corpo como a cabeça e pescoço, a mama ou os órgãos genitais (por exemplo: pénis e testículos).

É uma doença crónica e progressiva, em que o aumento do tamanho do membro pode interferir na mobilidade, causar dor e desconforto e o membro fica mais suscetível ao risco de infeções. No entanto, o seu impacto é também psicológico, social e económico.

O linfedema pode não se instalar logo após a cirurgia ou dos tratamentos oncológicos feitos, podendo surgir após mais de dez anos. A incidência é mais baixa se as cirurgias (sobretudo do cancro da mama) forem realizadas com a biopsia do gânglio sentinela.

Não existe cura para os linfedemas graves de alto grau. No entanto, todos os graus da doença podem melhorar com recurso a fisioterapia oncológica especializada (Terapia Linfática Descongestiva) e alterações no estilo de vida (alimentação e exercício físico). É importante que a pessoa não deixe o linfedema progredir para casos avançados, devendo ser proativa e procurar ajuda na fase precoce do seu aparecimento.

 

Jessica Margarido

Fisioterapeuta

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