Como foi referido no Post que esclarece o que é o conflito sub-acromial, podem existir muitos fatores que contribuem para a ocorrência deste quadro clínico: alterações posturais, desequilíbrios musculares, gestos repetidos do membro superior, má postura no trabalho ao computador, alterações morfológicas das estruturas anatómicas, entre outros.
Apesar dos cuidados preventivos que pode ter, por vezes é necessário consultar um profissional de saúde que possa avaliar adequadamente a situação e direcionar a melhor forma de tratamento.
A fisioterapia dispõe de vários recursos para o ajudar!
Em primeiro lugar é necessário proceder a uma avaliação cuidadosa do paciente de modo a compreender quais os factores envolvidos e escolher as melhores técnicas e estratégias de intervenção.
A fisioterapia actua no ensino sobre os factores de risco, adequação das posturas no trabalho e desporto e envolve um conjunto de técnicas que visam aliviar as queixas dolorosas, normalizando ao máximo as tensões musculares e o funcionamento das estruturas músculo-esqueléticas.
A abordagem de tratamento na maioria dos casos passa por melhorar a postura estática e em movimento. Por exemplo, a postura das omoplatas é muito importante para um correcto funcionamento do complexo articular do ombro. O desequilíbrio muscular que se traduz em omoplatas mais enroladas para a frente e/ou mais subidas é uma importante causa do conflito sub-acromial, já que esta posição favorece que as estruturas entre o acrómio e a cabeça do úmero sejam comprimidas, gerando inflamação e dor. Esta situação pode ocorrer devido a estruturas musculares retraídas que "puxam" a omoplata para a frente, ou devido a outras estruturas musculares que não estabilizam devidamente a omoplata na sua posição correcta (os estabilizadores da omoplata). Neste sentido o fisioterapeuta pode aplicar técnicas de estiramento das estruturas que favorecem esta posição, de modo a normalizar as tensões e melhorar o alinhamento articular e pode aplicar técnicas de treino dos estabilizadores da omoplata (trapézio inferior e grande dentado) para que estes funcionem adequadamente. Veja um exemplo deste treino, feito de forma muito especifica com um programa de computador associado à electromiografia que permite perceber como estão os músculos a funcionar e treiná-los mais correctamente http://www.youtube.com/watch?v=XtrWr6gc3G8. (nota: na Physioclem utilizamos esta tecnologia)
Por outro lado, para o ombro funcionar bem, precisa também de um adequado funcionamento dos músculos estabilizadores locais da gleno-umeral, a coifa dos rotadores, que impede que a cabeça umeral suba excessivamente na direção do acrómio provocando redução do espaço sub-acromial e inflamação das estruturas (supra-espinhoso e da bolsa sub-acromial). Aqui o fisioterapeuta direcciona o paciente para a realização dos exercícios terapêuticos mais adequados para fortalecer a coifa dos rotadores e permitir uma centragem da cabeça do úmero.
A fisioterapia dispõe também de agentes adjuvantes que em alguns casos podem ser aplicados directamente para ajudar a controlar a inflamação e dor local, como é o caso do LASER, Ultra-som, electroterapia ou magnetoterapia.
Mas...É muito importante lembrar que o ombro não existe de forma isolada do corpo humano! O seu equilíbrio depende também da sua relação com outras partes do corpo, é preciso olhar para o todo! Por exemplo, os vários músculos e estruturas que o compõe recebem inervação essencialmente da coluna cervical, pelo que um bom funcionamento da coluna é fundamental para que as estruturas que compõe o ombro recebam uma boa informação nervosa e estejam equilibradas.
Aqui o fisioterapeuta possui também ao seu dispor diversas técnicas de terapia manual para melhorar o funcionamento das articulações vertebrais permitindo a sua harmonia.
Em conjunto, a combinação de varias técnicas podem fazer uma grande diferença na forma como o ombro funciona e alterar os factores que desencadeiam o problema.
De realçar que a fisioterapia no conflito sub-acromial, baseada na aplicação de técnicas de terapia manual associado a exercício terapêutico específico (no conceito supracitado) tem uma forte evidência científica, por isso é altamente recomendável.
Não deixe de procurar a ajuda de um fisioterapeuta!
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