Com gestos minuciosamente escolhidos e movimentos precisos, queremos libertar os tecidos. Tirar as suas dores. A prisão - dos tecidos - causa restrição, ausência de liberdade para cumprir a função para a qual estão destinados. Contrariamente, a liberdade dos movimentos permite levar o corpo, no sentido da livre escolha, sem tensão, sem pressão.
Uma coluna rígida, pouco flexível, está relacionada com uma vida sob pressão, sem liberdade, sem flexibilidade para se adaptar às contrariedades. Antes de se deitar na marquesa, observamos a sua postura.
Cada ponto trabalhado tem uma razão de ser, umas vezes escolhido com base na razão, na avaliação, outras escolhido pela sensibilidade que os dedos e o coração foram ganhando ao longo dos anos. Todos os pontos têm um nome, uma localização exata, uma função muito específica, que são tratados de forma intencional.
Muito além da razão, do conhecimento, do saber fazer, cuidamos com todo o nosso Ser. Cada pressão, no momento exato da respiração, cada gesto, cada dedo, cada palavra tem uma intenção. A intenção de tratar, de cuidar.
Durante a sessão, o terapeuta e o paciente são um só, em simbiose. Um focado em ler os tecidos, levá-los no caminho da correção, e o outro no sentir, na libertação do seu corpo e, muitas vezes, mente.
Os cuidados vão além daquele momento da sessão. Por vezes, são alguns dias de readaptação, outros são efeitos que duram anos. É por tudo isto que cuidar é muito mais do que o simples ato de tratar naquele momento. É crescer juntos interiormente. Não é verdade, Jessica Margarido?
Cuidamos de si com o nosso ser, seja das suas costas ou qualquer outro ponto do seu corpo, no qual incluímos à sua mente.
