A doença neurodegenerativa é causada pela perda progressiva da estrutura ou função do neurónio, fruto de um processo conhecido por neurodegeneração, que pode levar à morte neural.
As doenças neurodegenerativas incluem Esclerose Lateral Amiotrófica, Esclerose Múltipla, Atrofia Multisistémica, Parkinson, Alzheimer, Huntington, entre outras. Estas manifestam-se de maneira diferentes consoante a área que é mais afetada, resultando quase sempre em algum tipo de incapacidade física. Esta degeneração pode ocorrer num longo período de tempo, havendo momentos chamados de “plateu” e momentos de maior manifestação da doença chamados de “surtos”. Após um surto, é crucial o papel da fisioterapia. Apesar de não ser a cura da doença, a fisioterapia é “alimento” para que a cada surto o doente consiga manter a capacidade física e a função permaneça intacta.
A fisioterapia torna-se um pilar na vida das pessoas que manifestam estas doenças, porque conhece a sua génese, compreende as suas limitações e respeita os seus timings. A cada sessão, há respeito pelo cansaço da pessoa e não se exagera no esforço e exercício físico.
Tal como em noutras situações e lesões neurológicas, é comum a pessoa desencadear um conjunto de compensações e formas de executar o movimento que não são ideais para manter a sua função e a capacidade. A fisioterapia também aqui tem um papel importante pois identifica e trata estas compensações de forma a otimizar o movimento e a tarefa.
Por fim, a fisioterapia tem também uma responsabilidade acrescida no acompanhamento destes utentes nos seus cuidados secundários e nos seus cuidados paliativos. É fundamental transmitir um conjunto de informações ao utente tais como: as adaptações dos seus lares; as indicações que se deve dar aos cuidadores no que concerne o posicionamento destes utentes quando acamados; estratégias de transferências que devem ser ensinadas aos cuidadores, entre outros.
Teresa Cruz
Fisioterapeuta