A artrose do joelho é a doença degenerativa mais comum em todo mundo. Com o envelhecimento da população, a incidência também tem vindo a acompanhar esta tendência, estimando-se que 40% dos homens e 47% das mulheres sofrerão com este problema. As principais queixas são a dor, a perda de função e a incapacidade. Os fatores de risco que mais parecem ter relação com o desenvolvimento da doença são o défice de força, principalmente da massa muscular extensora do joelho (quadricípite femoral), a inatividade física e a obesidade.
Os critérios diagnósticos são:
- Dor crónica no joelho (mais de 6 meses)
- E, pelo menos, 3 da seguinte lista:
- Idade igual ou superior a 50 anos.
- Rigidez matinal por mais de 30 minutos.
- Crepitações durante o movimento ativo.
- Sensibilidade à palpação óssea.
- Espessamento ou crescimento do osso.
As guidelines são o nível máximo da evidência da nossa prática e é por estas que devemo-nos guiar. O que estas dizem é que não vale a pena gastar dinheiro em modalidades passivas, como a acunpuntura, a eletroterapia, a glucosamina e condroitina, injetáveis ou ortóteses (joelheiras), por não ter qualquer efeito.
Por outro lado, as guidelines dizem que o exercício específico é o mais efetivo a curto prazo, mas é preciso mais evidência dos efeitos a longo prazo. O exercício deve consistir num plano educação/auto-tratamento, treino de força muscular, exercícios aeróbico de baixo impacto e reeducação neuromuscular. Os exercícios com alto nível de impacto parecem agravar a lesão. Por isso, é melhor aconselhar-se com o seu fisioterapeuta antes de iniciar qualquer atividade. Pode ainda associar a fisioterapia a um plano nutricional para perda de peso, caso o seu Índice de Massa Corporal esteja acima de 25, ou o uso de AINE's (anti-inflamatórios não esteroides) ou analgésicos.
Baseado neste parágrafo, e na minha experiência profissional, e respondendo à pergunta: “Tenho artroses nos joelhos. Haverá alguma esperança de sentir um pequeno alívio?”, a minha resposta é SIM. Claro que a taxa de sucesso não é de 100%. Nos casos mais graves que têm de recorrer à cirurgia para colocação de prótese total do joelho, a evidência mostra que os resultados são melhores quando o utente realizou fisioterapia pré-operatória. Assim, nestes casos, recomendo sempre começar por uma intervenção conservadora como a fisioterapia.
Fisioterapeuta e Osteopata