Há uma variedade de fatores que contribuem para a perpetuação de uma dor, passando de uma experiência aguda de curta duração a uma experiência crónica, persistente. Os fatores vão desde os físicos, genéticos, ambientais, psicológicos aos sociais. Não se sabe quais destes são os mais preponderantes. No entanto, os psicossociais são apontados como os mais significativos.
Os fatores físicos incluem: inflamação, stress, tensão muscular, lesão, degeneração tecidular, postura inadequada, desequilíbrio muscular (músculos mais fortes numas zonas e fracos noutras), alergias, determinadas doenças (autoimunes, tumores, doenças congénitas …), deficit nutricional, incapacidades funcionais, sono deficitário, sobrecarga muscular e muitos outros.
Já os fatores psicológicos e ambientais incluem: depressão, ansiedade, stress pós-traumático, isolamento social, fatores stressantes com impacto negativo, trauma ou abuso psicológico ou fisico, abuso sexual, exposição a doença, entre outros.
Qualquer um destes fatores - físicos ou psicológicos - pode contribuir para a perpetuação da dor, de aguda para crónica.
Quando a condição que inicia a dor aguda se mantém por mais tempo, seja exatamente da mesma forma seja com alterações, a sistema nervoso central começa a sofrer alterações, podendo levar a um fenómeno a que chamamos de dor central. Nestes casos, a dor pode persistir apesar de o problema inicial estar sarado ou estabilizado.
Uma vez instalada a dor crónica, o problema é mais difícil de resolver, muito provavelmente porque é mais difícil reverter os fenómenos de adaptação do sistema nervoso central que os fenómenos fisiológicos locais.
Então como podemos reduzir e alterar o curso da dor crónica? Mantendo um estilo de vida saudável, que passa por:
- Uma dieta saudável e peso adequado.
- Prática exercício regularmente.
- Eliminar o consumo de substancias não saudáveis, como o álcool, tabaco ou o consumo exagerado e prolongado de opiáceos.
- Trabalhar e repousar em posturas variadas.
- Uma adequada gestão do stress, participando em atividades que proporcionem satisfação.
- Dormir em quantidade e com qualidade adequada, mantendo um ritmo regular.
- Procurar de ajuda a um profissional de saúde para a adequação do seu estilo de vida.
E se já tem uma dor aguda o que fazer para evitar que passe a crónica?
Recomendamos que procure o seu profissional de saúde de referência, para começar a intervenção o mais breve possível. Esta poderá variar consoante a situação em causa, podendo passar pela toma de medicação, diferentes intervenções médicas, prática de atividade física ligeira a moderada, fazer fisioterapia, gerir o stress, obter apoio psicológico.
Cuide de si e, como já sabe, conte sempre connosco!
Marco Clemente
Fisioterapeuta e osteopata