A doença do Parkinson é o segundo distúrbio neurodegenerativo mais comum da família das doenças neurodegenerativas. É um distúrbio degenerativo de longo prazo do sistema nervoso central que afeta, principalmente, o sistema motor. Os sintomas iniciais mais óbvios são: tremor, rigidez, lentidão de movimentos e instabilidade postural. Problemas cognitivos e comportamentais também podem ocorrer, tais como a depressão, a ansiedade e a apatia.
Sendo uma doença associada ao movimento, é extremamente importante o acompanhamento do fisioterapeuta junto do utente para atenuar o impacto desta doença. O fisioterapeuta terá a responsabilidade de “alimentar e enriquecer” o armazenamento de informação sobre o movimento que ainda existe, expondo a pessoa a um conjunto de desafios e de tarefas que irão estimular o seu sistema nervoso e, por isso, tornar mais rico os recursos que existem para executar uma função.
Além disso, havendo uma manifestação clara de ausência de movimento e de muita rigidez, é fundamental promover o movimento facilitando-o, ou seja, identificando onde existem fixações, desalinhamentos ou zonas de maior instabilidade no corpo do utente. Este trabalho, que ajuda a otimizar o movimento, deverá ser feito pelo fisioterapeuta.
O tratamento deve não só identificar as questões supracitadas, como também aproximar-se do movimento direcionado para a tarefa, através da facilitação, do melhor alinhamento, da repetição, do ritmo e da cadência, da consciencialização do movimento, do trabalho do controlo postural, do trabalho do equilíbrio pelo desafio do desequilíbrio.
Assim, e apesar da inevitabilidade da degeneração desta doença, é possível trazer um bem estar físico e psicológico ao utente, através da fisioterapia, tendo em conta que esta olha sempre de forma holística e multidisciplinar para os impactos da doença na vida da pessoa.
Teresa Cruz
Fisioterapeuta