A COVID-19 é uma doença respiratória causada por um novo vírus (SARS-COV-2), com altas taxas de mortalidade em pessoas com mais de 60 anos e com comorbilidades. Consiste numa condição que surge associada a disfunções estruturais e também a outro tipo de complicações de caráter cognitivo e psicológico.
Aproximadamente 80% das pessoas afetadas apresentam sintomas ligeiros a moderados (tosse, febre, dificuldade respiratória), com potencial de resolução no domicílio. Durante o isolamento, as pessoas aumentam significativamente o tempo passado deitados ou sentados, o que leva consequentemente a uma diminuição da tolerância ao esforço da força e da massa muscular. Estas alterações na classe idosa traduzem-se num aumento do risco de queda e diminuição da funcionalidade e dependência durante a realização das atividades da vida diária. Além disso, alguns portadores da doença irão manifestar emoções e/ou alterações neurológicas como medo, insegurança, ansiedade, depressão, insónias, dores de cabeça, tonturas, entre outros, decorrentes desde período. A fisioterapia é uma estratégia útil na melhoria da aptidão física, mas também como uma estratégia de alívio dos sintomas, tais como falta de ar, cansaço fácil, ansiedade e depressão.
A COVID-19 interrompeu a forma como vivemos, cuidamos e trabalhamos. Em utentes que recuperaram de COVID-19, os principais desafios são a adaptação a este novo contexto e gestão de sequelas, que vão desde as complicações cardiorrespiratórias às perturbações emocionais. A reabilitação respiratória nestes utentes, assim como naqueles com doenças pulmonares crónicas, tem um papel fundamental na promoção de saúde e melhoria da funcionalidade, potenciando a autonomia e qualidade de vida. A prática de exercício programado, individualizado e adaptado à condição dos utentes pode devolver-lhes a capacidade perdida, para que possam recuperar a sua forma física e emocional.
Adriana Carvalho Ribeiro
Andreia Simplício Pereira
Fisioterapeutas